A minha obsessão com as cool girls vem de bem longe: desde que me lembro que são para mim seres místicos. Não conheço muitas, mas creio que é esse o aspecto mais interessante. Se houvesse muita gente cool a magia morria.
A minha passagem por Londres deixou-me a pensar de forma mais séria no assunto. Creio que toda a gente partilha em parte o fascínio, mesmo que nem toda a gente sinta a obsessão latente. Afinal o que define o cool? É uma questão de vestuário ou de atitude? Talvez seja o conjunto. Mas o que, para mim, está acima de tudo é a confiança quase arrogante com que gente cool se passeia: o olhar altivo, o desdém... Aquele ar de quem não precisa de ser cool, de quem não precisa agradar. Dai que o movimento punk seja o pináculo do cool... e daí que eu esperasse tanto de Londres.
Ser cool requer a capacidade de se destacar, de ser diferente, de colocar questões. Nem sempre a extravagância é a forma de lá chegar, contrariamente à ideia que se instalou. O cool também se mostra nas subtilezas. É difícil de definir inteiramente essa aura.
Acredito que ninguém seja totalmente cool. O ser humano partilha sempre de uma imensidade de inseguranças que previne esse estado superior. Acredito também que estamos destinados a perseguir esse objectivo incessantemente.
Olhemos mais seriamente para a loucura das redes sociais: são horas e horas passadas a tentar provar que somos cool, que as nossas férias são as melhores, que as nossas relações são mágicas e que a nossa vida é invejável. Para lá disso, passamos outras tantas horas a medir o quão cool são as outras pessoas. Claro que isto sempre aconteceu: o fenómeno não é novo. Está só mais público.
Penso que toda a gente vai achar que estou a pensar demasiado em assuntos de teenager e negar prontamente o seu interesse em ser cool... e depois vai olhar para o seu interior e, lá no fundo, descobrir que também inveja esse poder.
Ou talvez não.
Enjoy,
The 5
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